Museu Nacional: primeiros resultados do resgate e apoio do governo alemão
Por Giovana Kebian
Hoje, dia 10/12, o Museu Nacional apresentou à imprensa uma parte do acervo encontrado durante o trabalho de resgate que vem sendo realizado por técnicos da instituição dentro do Palácio. Durante a coletiva, o Cônsul Geral da República Federal da Alemanha, Sr Klaus Zililikens, entregou um cheque de 180 mil e 800 euros à Associação Amigos do Museu Nacional, referente à primeira parcela do apoio de até um milhão de euros que deve ser destinado à instituição.
A professora Cláudia Rodrigues Carvalho, coordenadora da equipe de resgate, apresentou como está se dando o processo, que no atual momento encontra-se na etapa de escoramento.
“Hoje em dia, a gente começa a olhar não para a destruição, mas para os elementos novos que vamos descobrindo no processo de resgate.”, comenta Claudia.
Foram apresentadas hoje peças do setor de arqueologia, minerologia e etnologia, tais como materiais de populações pré-históricas, bonecas Karajá (reconhecidas pela Unesco como patrimônio imataterial, em 2012), cerâmicas do acervo que pertenceu a D. Pedro II, pontas de flechas (do acervo de metalurgia) e minerais que resistiram ao fogo.
Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional, ressaltou a importância do empenho no auxílio de diversas instituições na recuperação do museu e lembrou ainda que o resgate está apenas em seu processo de início. Em especial, o diretor destacou o apoio dado pela Associação Amigos do Museu Nacional, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo Ministério da Educação (MEC), além das doações individuais por parte da população civil.
O cônsul-geral da Alemanha, Klaus Zillikens, após apontar tragédias semelhantes ocorridas em outras partes do mundo, evidenciou a necessidade de mobilizar esforços para a recuperação do patrimônio. A Alemanha, além de auxiliar com o compartilhamento de conhecimentos, hoje destinou recursos especificamente para a compra de equipamentos que servirão ao trabalho de resgate. Para o futuro, o cônsul espera que o Museu consiga não apenas retornar àquilo que era, mas também se expandir e ampliar o potencial de formação e divulgação da cultura nacional.
Texto da coletiva de imprensa do MN publicado na página do Facebook do Museu Nacional — UFRJ, em 20/12/2018